Mensagem Profunda

Postado por Rafael em

As coisas mudam. Bem rápido.

A noite em que roubei as chaves para o céu

Postado por Rafael em , ,

Quando jovem, era um prodígio entre perdedores. Superior em todos os sentidos, exceto no genético. Afirmar isso seria dizer que existem pessoas com genes inferiores. O que é uma verdade, mas proibida.

Sentimentos eram tangíveis e coloridos. A alvura da raiva estava em contraste com o vermelho do meu rosto, sendo esta última a cor da ansiedade e do amor por outra pessoa. Já o amor próprio era o céu. Em cor e extensão.

Falando em céu, lembro que as estrelas eram sóis, mas que se recusavam a afundar na noite. As nuvens, projeções de um futuro triste. As pessoas que observavam a este espetáculo sem notar a sua magnitude, eram meros objetos.

Então minha juventude me abandonou. Fui um inútil entre mentes e físicos ascendentes. Inferior no que se podia comparar.

Eu sabia as que emoções eram resultantes de reações químicas, desencadeadas por estímulos quaisquer. Não podiam ter cores. O amor era uma questão de culto à própria imagem. As estrelas eram sóis, de fato. E as pessoas eram mesmo objetos.

Percebendo que os presságios das nuvens eram verdadeiros, decidi mudar. Envelheci mais um ano e fiz 18. Voltei a ver cores nos sentimentos. Voltei a amar aos outros, porque mesmo o amor egoísta é gentil e protetor.

Bom, as estrelas são sóis, mas em cantos distantes. As pessoas são mesmo objetos e não há o que adicionar a isto.

Lembranças de uma memorável virada de ano em presença de três pessoas ilustres, sendo duas detentoras de meu afeto egoísta. E claro, de diversas discussões sem pé nem cabeça, mas que não poderiam ter chegado a conclusões mais elusivas.