Vida de inseto é um saco

Postado por Rafael em

Influenciado por A República, de Platão, estive pensando sobre a existência e conservação da cultura intrínseca dos seres humanos. Nada mais inútil, eu admito. Enfim, adotei em minhas considerações que os seres vivos têm alma. Imagino que nossa “alma” possua uma programação básica. Até ai estive platônico. Mas há algo que ele não considerou em seus estudos sobre a moral: as personalidades.

Creio que elas sejam verdadeiros bugs na programação comum. Logo, não parece certo dizer que há um padrão, porque o dito não é seguido pela maioria - a não ser pelas pessoas que se encontram em coma, que seguem de forma magnífica o padrão de vegetação; mas creio que elas pequem pela falta de iniciativa.

Enfim, creio que a padronização absoluta (ou próxima disso) é inatingível. Até porque, é possível que controlemos nossas acções, mas não nossos pensamentos. Afinal, pensar em bundas femininas, grande parte do dia, não deve ser o padrão absoluto. Embora seja muito saudável para heterossexuais XY, entre 8 e 97 anos (até o Neo vai querer a pílula azul um dia desses). Mas se esse for o absoluto, devo dizer que o Papa é meio safadão...

Bom, depois de perceber que o Papa pode ser um malaco, comecei a divagar sobre outras espécies do Reino Animal. Quanto aos outros primatas, não há dúvida. Afinal, os chimpanzés e macacos-prego, têm orgasmos multiplos ao pregar peças em seus companheiros ou mesmo em macacos eretos, pelados, de cor rósea, negra ou mesmo em amarelo-apeniado.

Então passei aos animais detentores da estima humana. Bom, quem já teve achorros ou gatos, sabe que os ditos são indivíduos. Quanto aos roedores, admito que tive algumas dúvidas. Mas logo notei que meus hamsters agiam como autistas.

Desisti dos mamíferos, passei pelas aves, e obtive resultados semelhantes, baseados em idéias arbitrárias puramente científicas e duvidáveis. Mas quando cheguei aos répteis, notei algo curioso: à medida que os sujeitos são mais “primitivos”, a violência parece ser um caminho para a individualidade. Um bom exemplo disso são os quelônios, que parecem meio bobos. Mas se pensarmos nos cágados, é possível notar que uns arrancam mais dedos de humanos do que outros.

Mas nada citado acima é o assunto principal. Porque fiquei mesmo surpreso quando cheguei aos insetos sociais. Parece que Platão montou sua teoria de castas baseado neles, fazendo as devidas alterações. Por exemplo: para o filósofo, o que define a “alma” e as funções do cidadão é o seu grau de esclarecimento. Já para abelhas, o esclarecimento é trocado pela alimentação - já que o fator determinante que torna uma abelha comum em rainha é a sua alimentação diferenciada, enquanto larva.

Mas se os insetos não têm desvios de comportamento, devo dizer que são como máquinas, sem livre arbítrio. Logo (não sei que critério estou usando para afirmar isso) não devem ter alma. O que faz com que a teoria platônica de sociedade baseada nas almas seja muito incoerente, pelos motivos já citados.

Ou então, Deus puxou o tapete das formigas, que têm alma sem livre arbítrio. Se for essa a verdade, e deve ser, (considerando que está baseada na minha verdade primária), então proponho a fundação de uma fundação, cuja função será protestar em prol dos direitos das formigas. Afinal, todo ser vivo tem direito a curtir um Raid com a galera, nas sextas à noite!