"Bancos unitários! Por favor!”

Postado por Rafael em

Minha intenção era começar o blog com um texto sobre minha personalidade, o título era “Eu, por Jung-Myers-Briggs” (J-M-B é um teste psicológico). Mas não achei adequado; prefiro escrever sobre o que penso, não sobre o que pensam de mim. Então meu primeiro post fala de anti-sociabilidade, um mal (ou bem) dessa cidade que aprendi a gostar: Curitiba.

A expressão anti-social possui basicamente dois sentidos. Para a psicologia um indivíduo anti-social possui insensibilidade aos sentimentos alheios, além de desprezar as normas e o convívio social em si. Também são chamados de sociopatas

Mas essa expressão também é usada para falar de indivíduos introvertidos. Eis o meu caso, e talvez o dos curitibanos também.

Outro dia eu esperava por um ônibus, quando uma senhora me indagou: “Moço, você sabe a que horas passa o próximo ônibus?”, e cortesmente respondi com meu sorriso habitual: “Não, mas certamente não demorará muito”. Bom, como devem saber (ou não) nasci em São Paulo, e tenho sotaque paulista (se é que paulista tem sotaque). Mas de qualquer forma, ela perguntou: “Você não é daqui, né?”, já pensativo sobre quanto tempo teria que conversar com ela, respondi: “Não...”. Infeliz resposta camarada, pois ela começou a puxar assunto...

“Minha filha viajou e (...), ai meu marido voltou a trabalhar, (...) minha sogra não gostava de mim, mas agora ela está morta...”. Fui salvo pelo ônibus que chegou, e enquanto embarcava rezava para que houvesse um banco unitário vazio, ou uma cadeira dupla com uma pessoa normal, além de pensar “saco mesmo, só por que sou paulista significa que quero conversar?!”.

Mas eu não sou tão reservado o tempo todo. Gosto de conversar com pessoas que conheço ou com pessoas que simpatizo. Sou bem humorado com elas, e inclusive sou acusado de “sem-noção” por brincadeiras deveras bobas. Tudo bem, eu admito que sou malvado às vezes... Mas ultimamente estou sendo “bonzinho”.

Dizem por aí que os curitibanos são fechados. Eu acho que nem tanto assim. Por exemplo, meus amigos curitibanos são completamente normais... não, na verdade não. Mas eles são tão sociáveis quanto os que tinha em São Paulo. Se os curitibanos sabem escolher com quem falar, creio que isso não é negativo. Não que eu goste tanto assim de Curitiba, mas esse é um dos aspectos positivos.

PS: Sim! Eu sou problemático!