Acontecimentos aleatórios

Postado por Rafael em


Atenção: este assunto requer reflexão em posição fetal.


É possível evitar conscientemente um problema. Assim como é possível assistir aos fatos arranjando-se aleatoriamente de forma positiva. Ao menos quando encarados sob uma perspectiva particular e, de certa forma, egoísta.

Mas como saber se nos livramos de um problema do qual não tinhamos consciência? Creio que isso seja impossível. Logo, tornam-se praticáveis afirmações arbitrárias, como: “Estive perto de morrer em um vulcão numa seqüência de acontecimentos randômicos ligeiramente infelizes”. O que pode ser verdade. Ou não.

Bom, toda essa linha de pensamento, curta e quase direta, serviu apenas para a seguinte questão: Por que as pessoas insistem em questionar os fatos pretéritos? Ah, são tantas questões paradoxais, tantas concepções adversas e singulares... Haja paciência para divagar tanto! E cafeína, e tempo livre também...

A única questão que mata (figurativamente) é não ser capaz de calcular as conseqüências do prolongamento da própria vida. Ou pior: vai que você salvou a de outra pessoa?

É, mais uma questão complexa e inútil para o futuro. Agora não sei se salvo ou negligencio um moribundo... Vai que o indivíduo é uma espécie de Hitler atualizado, pronto para controlar o Estado e as organizações civis ? Ele também pode ser algo como um "judeu esfolado"... No caso, não serei o bom Samaritano se não o salvar.

Agora para instaurar a neurose de vez por todas: vai que você salva alguém com uma cura universal? Pan demoniun.

Dizem que sou apático, pois acredito em fatalidades como um fator de controle populacional. Sou realista, isso sim! Dizem que digo isso porque nunca perdi ninguém próximo. Eu já perdi muitas pessoas próximas... Mas de fato, nenhuma chegou a morrer. Mais um motivo para defender este ponto de vista agora! Depois posso não ser mais capaz...

Só posso dizer o que um antigo amigo (talvez o mais antigo), me ensinou. Segundo ele “fazer uma análise fria dos fatos é sempre aconselhável. Não carregue ressentimentos do passado, pois nada daquilo aconteceu com você”. Eu não entendi quando ele me disse, e sinceramente, ainda não entendo. Aliás, nem sei se há nexo entre esta passagem e o texto.

A verdade é que não tenho o que falar. Só tenho sono.