Reso psicótico assassinado na Eslováquia

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Por Huri Akalai.


No pequeno zoológico da capital da capital eslovaca, Bratislava, foram registrados comportamentos entre os macacos rhesus (Macaca mulatta) até então desconhecidos pelos cientistas. As representações ímpares ocorriam há aproximadamente 6 meses, e chegaram ao ápice na noite da última segunda-feira.

Tudo começou com Bable, um reso resgatado de um circo croata, que ao completar pouco mais de um mês no zoológico passou a apresentar sintomas de psicose (aparente paranóia, acompanhada por insônia, problemas sociais e hostilidade descontextualizada). “Não havia previsão para o comportamento dele”, disse Josef Dacius, biólogo encarregado do cuidado com os primatas.

O reso psicótico agredia a quase todos os outros primatas, mas não parecia interessado em adquirir o status de líder do bando, pois sempre se afastava do grupo após as brigas. Então, aparentemente cansados de depender do humor de Bable, “eles [o bando de rhesus] atiraram pedras até matá-lo”, segundo Dacius.

Esta versão está sendo contestada por Paul Blatter, cientista alemão, especialista em primatas e psicopatologias. Segundo ele, o comportamento era fruto de um trabalho de adaptação mal feito, já que o “psicótico” sempre viveu em uma jaula, isolado do contato com outros de sua espécie.

“Além de os macacos rhesus não serem conhecidos por atirar pedras de forma letal, as marcas vistas numa simples análise a olho nu das fotos do incidente são muito peculiares. A não ser que o “doutor” Dacius queira afirmar que o bando aprendeu a manejar armas de fogo, creio que Bable foi assassinado por algum biólogo farto de ver seus favoritos apanhando de um novato”, afirmou o Dr. Blatter.

Os biólogos e os rhesus são considerados inocentes até que se prove o contrário.


Sâo Paulo, 6 de janeiro de 2002.

Sonhos Destruídos

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Por Cássio Augusto Lupino.


Hanna, Sophia e Molli Kraykov com 8, 6 e 2 anos de idade, respectivamente, encontravam-se na esquina da Rua Martinho Heidegger com a Burrhus F. Skinner ontem à tarde e observaram, com lágrimas nos olhos, a sua pequena barraca feita à mão ser destruída por funcionários municipais.

As irmãs operaram o negócio de venda de limonada por diversos dias, cobrando cerca de 30 centavos por copo do produto, feito por elas.

Mas a barraca aparentemente invadiu o nicho de uma loja de conveniência da região, propriedade de Michel Carvalho, que contatou as autoridades locais, insistindo para que o negócio das meninas fosse enquadrado na mesma legislação de todos os outros estabelecimentos comerciais.

Sem surpresa alguma, a construção amadora e a higiene precária apresentada pelas crianças falharam na avaliação dos fiscais da prefeitura. Assim, a barraca foi condenada e dois funcionários foram designados para destruí-la.

O Sr. Carvalho observou à demolição com frieza e aprovação, chegando a aplaudir os trabalhadores, que ficaram ligeiramente tímidos, mas contentes com a admiração. Um trator estava a postos, caso fosse necessária a sua intervenção.

As garotas não quiseram falar com a imprensa, e seus pais pareciam indiferentes ao fracasso da empreitada comercial.


Curitiba, 20 de setembro de 1990.