O Cenário Político Anterior

Postado por Rafael em

A seguinte discussão ocorreu no início da década de 90. Na época, debates sobre o clima estavam em voga. E havia certa aversão ao que se chamou de “neoimperialismo”, devido às guerras que buscavam instaurar democracia ao mesmo tempo em que possibilitavam a extração de petróleo e outras riquezas dos territórios invadidos.

Humano da emergente classe média sobre a guerra:

O governo começou a guerra, tudo bem?! Não fui eu! Eu elegi alguns deles? Sim. Mas eu não sabia que essa guerra iria acontecer. Não que eu seja contra a guerra.

Ontem mesmo vi na TV aquele novo míssil que nossos rapazes estão usando. Aqueles assassinos desgraçados não duraram muito, hein? [Risos]

a desigualdade:

O problema em dividir, é que quanto mais deixamos os outros terem, menos teremos! Todos têm as mesmas chances. Homens, mulheres, negros, brancos, indígenas... Até os pobres têm chances! Para suceder todos precisam de um pouco de contabilidade pessoal, autocontrole, instinto para bons negócios...

Não é justo que eu, literalmente, pague pela inaptidão de alguns indivíduos fracassados!

a atividade política:

Quando jovem eu era “ativo”, como dizem hoje em dia. Mas nunca mudei nada significativo na época e não vou conseguir mudar nada hoje. Vocês também vão se cansar, vão ter que trabalhar todos os dias, sustentar suas famílias... E só depois disso me acusem de não ter "visão política"!

É pra isso que servem as eleições: escolhemos pessoas que pensam como nós para administrar o que não podemos devido às nossas rotinas!

Humano eleito para administrar outros humanos sobre o clima:

Realmente não entendo o motivo de todas essas discussões sobre o clima na América Central. Como se esses países fossem importantes no que vocês mesmos [estudantes] definem como “divisão internacional do trabalho”. As pessoas que moram nestes lugares estão acostumadas com adversidades, e quando houver um grande problema as autoridades locais nos procurarão.

Eu não me preocupo com clima ou com as futuras gerações, porque alguém vai descobrir como resolver os nossos problemas! Aliás, o que seriam das novas gerações sem as riquezas que produzimos hoje? Ora, é isso que nós, homens, fazemos e continuaremos a fazer até o fim do tempos: dominamos a Natureza!

o ativismo político:

Não venham me dizer que o poder corrompe as pessoas! Vocês nunca tiveram poder o bastante pra saber como é! Aliás, vocês só estão irritados porque gostariam de estar no meu lugar. E estão ainda mais irritados porque sabem que estou certo!

Eu sei como vocês pensam. Há muito de mim em vocês e isso os incomoda! Eu já fui jovem e desejoso de mudanças. Tudo o que queria era ter poder o bastante para mudar tudo, para fazer a revolução! E por mais que as pessoas não concordassem comigo, no futuro veriam que eu estava certo!

E continuo pensando do mesmo jeito: por mais que vocês achem que estou errado em não querer mudar coisa alguma, no futuro verão que estou certo!

Grandes mudanças não são feitas por apenas um homem...

Humano jovem desejoso de mudanças sobre a visão política do humano da classe média

emergente:

Você ficou cego! A rotina fez com que você parasse de pensar! Ela é uma ferramenta do Estado, e serve para controlar o que você pensa e sente que é capaz de fazer.

Você elegeu um mercador da morte, que troca vidas humanas por dólares e ações, e nem mesmo liga pra isso! Só o que interessa é que o novo míssil pode matar soldados inimigos e inocentes de forma rápida e segura para “nossas” tropas.

Tropas cheias de soldados que, aliás, você repudiará no futuro, quando forem acusados de estuprar e matar crianças em terras estrangeiras. Mas saiba que você estuprou e matou tanto quanto qualquer um deles, porque se recusou a lutar hoje!

a visão política do humano que administra a vida e opta pela morte de outros humanos:

Não interessa o quanto você foi ativo no passado, nem o que conseguiu para os estudantes que vieram depois de você! Porque hoje você se vendeu, e só atua em função dos que podem pagar mais!

Você alega que as mudanças não dependem de uma só pessoa. Ótimo, porque nós somos mais do que uma pessoa! Você poderia tentar mudar tudo, burlando a estupidez burocrática, que é apenas uma ferramenta de inação política!

Você esqueceu o que Revolução significa e por isso nunca vai estar certo!


Depois da última crise econômica, o humano da antiga emergente classe média está falindo. Foi abandonado pelo cônjuge e vive em um pequeno apartamento em um bairro repleto de usuários de drogas.

O antigo administrador do Estado, após o fim do segundo mandato, mudou-se para uma ilha remota, próxima à Austrália, onde tem uma ótima vida e desfruta de uma inexplicável fortuna.

Seu filho mais novo, entretanto, de apenas 6 meses, morreu na semana passada. Aparentemente, os humanos responsáveis por sua vida não foram capazes de identificar um câncer de pele logo quando se manifestou, pois confundiram as manchas do rebento com as pintas de um de seus pais.

O jovem ativista humano formou-se e é um profissional autônomo. A recuperação da crise ajudou-o a arranjar uma boa posição no mercado, que está investindo em profissionais novos e bem capacitados. E atualmente ele está guardando dinheiro, juntamente com seu parceiro, para comprar um apartamento no centro da cidade. Este humano só vota em humanos que têm “projetos verdes”.

É importante ressaltar que nenhum destes estereótipos reproduz de forma fidedigna o que se manifesta no mundo. Não há ninguém tão ingênuo a ponto de crer que tudo está nas mãos dos políticos, assim como não há políticos que não se preocupame com clima ou com o futuro. Os jovens sabem que impor uma revolução não resolveria problema algum e que as decisões que serão compreendidas apenas no futuro são características das ditaduras.

Em suma, tais descrições são ou deveriam ser apenas reduções...

Reso psicótico assassinado na Eslováquia

Postado por Rafael em

Por Huri Akalai.


No pequeno zoológico da capital da capital eslovaca, Bratislava, foram registrados comportamentos entre os macacos rhesus (Macaca mulatta) até então desconhecidos pelos cientistas. As representações ímpares ocorriam há aproximadamente 6 meses, e chegaram ao ápice na noite da última segunda-feira.

Tudo começou com Bable, um reso resgatado de um circo croata, que ao completar pouco mais de um mês no zoológico passou a apresentar sintomas de psicose (aparente paranóia, acompanhada por insônia, problemas sociais e hostilidade descontextualizada). “Não havia previsão para o comportamento dele”, disse Josef Dacius, biólogo encarregado do cuidado com os primatas.

O reso psicótico agredia a quase todos os outros primatas, mas não parecia interessado em adquirir o status de líder do bando, pois sempre se afastava do grupo após as brigas. Então, aparentemente cansados de depender do humor de Bable, “eles [o bando de rhesus] atiraram pedras até matá-lo”, segundo Dacius.

Esta versão está sendo contestada por Paul Blatter, cientista alemão, especialista em primatas e psicopatologias. Segundo ele, o comportamento era fruto de um trabalho de adaptação mal feito, já que o “psicótico” sempre viveu em uma jaula, isolado do contato com outros de sua espécie.

“Além de os macacos rhesus não serem conhecidos por atirar pedras de forma letal, as marcas vistas numa simples análise a olho nu das fotos do incidente são muito peculiares. A não ser que o “doutor” Dacius queira afirmar que o bando aprendeu a manejar armas de fogo, creio que Bable foi assassinado por algum biólogo farto de ver seus favoritos apanhando de um novato”, afirmou o Dr. Blatter.

Os biólogos e os rhesus são considerados inocentes até que se prove o contrário.


Sâo Paulo, 6 de janeiro de 2002.

Sonhos Destruídos

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Por Cássio Augusto Lupino.


Hanna, Sophia e Molli Kraykov com 8, 6 e 2 anos de idade, respectivamente, encontravam-se na esquina da Rua Martinho Heidegger com a Burrhus F. Skinner ontem à tarde e observaram, com lágrimas nos olhos, a sua pequena barraca feita à mão ser destruída por funcionários municipais.

As irmãs operaram o negócio de venda de limonada por diversos dias, cobrando cerca de 30 centavos por copo do produto, feito por elas.

Mas a barraca aparentemente invadiu o nicho de uma loja de conveniência da região, propriedade de Michel Carvalho, que contatou as autoridades locais, insistindo para que o negócio das meninas fosse enquadrado na mesma legislação de todos os outros estabelecimentos comerciais.

Sem surpresa alguma, a construção amadora e a higiene precária apresentada pelas crianças falharam na avaliação dos fiscais da prefeitura. Assim, a barraca foi condenada e dois funcionários foram designados para destruí-la.

O Sr. Carvalho observou à demolição com frieza e aprovação, chegando a aplaudir os trabalhadores, que ficaram ligeiramente tímidos, mas contentes com a admiração. Um trator estava a postos, caso fosse necessária a sua intervenção.

As garotas não quiseram falar com a imprensa, e seus pais pareciam indiferentes ao fracasso da empreitada comercial.


Curitiba, 20 de setembro de 1990.

1961: Space Odyssey

Postado por Rafael em

Há quem diga que o homem nunca esteve na Lua. Bobagem! Claro que esteve! O fato é que o camarada Armstrong não foi o primeiro a pisar lá. Nem mesmo o segundo, pasme! Tecnicamente ele foi o 137º. Não que nos importemos tanto com detalhes técnicos. Mas nos importaremos!

O fato é que em 1961 Gagarin foi lançado ao espaço. Suas missões eram simples: notar que Deus não existia, além de afirmar que a Terra é vermelha, o que provaria que a natureza terrestre era socialista (?). Ele falhou. O que o levou à sua morte ocasional, acidental e aleatória em 1968. Ah sim, ele também deveria projetar uma estação secreta de enriquecimento de urânio na Lua.

Enquanto a máfia russa tentava descobrir o porquê de matarem civis (o governo já fazia um ótimo trabalho), Nikita, o sexy, ordenava aos engenheiros alemães, “asilados” após o término de II Guerra, que projetassem um enorme canhão capaz de lançar, compulsoriamente, corajosos soviéticos (só ucranianos, diga-se de passagem) à Lua.

Em 1969, a estação já estava quase pronta, pois desde de 1963 os escr... Digo, os corajosos astronautas trabalhavam 224 horas seguidas, e supostamente descasavam 448 horas (sempre faziam hora extra...). Eles não gostavam de trabalhar tanto, mas o fato é que sem trabalho seria “Oh no! Bad comrade, no vodka for you!”.

Mas em 1969 a canhão lançador de homens e vodka quebrou. O que fazer? Os alemães estavam mortos (ocasionalmente, acidentalmente e aleatoriamente), e agora só russos estavam no time de projetistas! #%&!

Secretamente o camarada Leonid, sucessor de Nikita, o sexy, contatou a North American Shipping Agency, vulgarmente conhecida por NASA.

[...]

Nosso amigo Neil era um tanto... Excêntrico, digamos. Segundo ele a empresa deveria chamar-se Neil Armstrong Shipping Agency. Além disso, Neil, o cara, cria que a maior rival que possuíam era a Soviet Express. Creio que não preciso dizer que seu sócio, Houston F., estava puto com isso. Então decidiu mandá-lo para a %#$&!

Além de vodka, a NASA levaria bolos da Fred Bakery Inc. (FBI), biscoitos para testes, provindos da Cookie International Association (CIA). Já a KGB (Komitet Gosudarstvieno Bezopasnostnova – em bom português, o Comitê de Pesquisa em Roedores), também estava enviando dois coelhos. E segundo Leonid, o cara, Nikita estava certo quanto a capacidade dos alvos roedores fazerem amigos.


“A Terra é azul, e eu não vi Deus. Mas Ele me deu biscoitinhos com leite”.– Iuri Gagarin.


”Rabbits are being good at making friends. I had two, but now I have 25! They are knowing how to be making friends, I am being sure!” – Nikita Kruschev, the sexy.


We are almost granting that your shipping will be arriving some weeks later in the destination of your choosing”. – Sergei Milenkov, Soviet Express.